Dos sonhos

Raramente me lembro do que sonho, e ainda mais raramente consigo visualizar com tanta nitidez imagens e cenas vindas dos meus sonhos. Uma dessas cenas de um sonho do qual perdi o sentido perturbou-me. Não foi um perturbar mau, foi um... perturbar. Quase que conseguia sentir cada momento.

Foi um beijo, um daqueles em que os lábios estão meio secos (um subterfúgio inteligente para que não se larguem), ou meio molhados como queiram, e o egoísmo se apossa de nós e apenas queremos o lábio debaixo. E o misto de suavidade, languidez e a secura que impede que se separem demasiado depressa, aumenta a vontade de tomarmos de assalto a boca toda.

Não faço ideia de quem era a moça tenho quase a certeza de que durante o sonho nunca lhe vi a cara.

A única coisa que lamento foi ter sido apenas e só um sonho e de começar a achar que começo a ficar com o cérebro afectado.